Universidade e Sociedade: Trabalho Final e Última aula

      A última aula do componente Universidade e Sociedade se deu com a apresentação dos trabalhos finais que consistiam em levar a UFSB para fora dos muros da universidade divulgando a proposta dela em algum lugar onde tenham pessoas que tem interesse em ensino superior na região.

      Eu e meu grupo fomos ao colégio Josué Brandão no turno noturno pois acreditamos que os alunos desse turno podem não conhecer a UFSB e nem saber de um ensino superior de fácil acesso na região Grapiúna. Fizemos o roteiro para nossa apresentação e registramos a visita em foto e vídeo, o vídeo pode ser visto nesse link: https://www.youtube.com/watch?v=cl9vfbJA2xs&t=8s .

      Além do trabalho final houve também uma auto avaliação que consistia em perguntas aparentemente simples porém muito difíceis de serem respondidas. Após todos entregarem as avaliações a professora Ândrea nos relembrou como foi todo o quadrimestre em um emocionante discurso, nossa turma foi muito apegada a ela e vice e versa pelo fato de ser a primeira turma que ela pegou na UFSB. Por fim tiramos uma foto com todos da turma juntos, e é sempre bom lembrar que é o fim de um componente, de um quadrimestre, mas é apenas o início de nossa jornada acadêmica, que o segundo quadrimestre seja tão gratificante quanto o primeiro!

Universidade e Sociedade: Pensadores

Anísio, Paulo e Boaventura.

      Um dos pensadores que são o alicerce da UFSB é Anísio Teixeira, um educador baiano nascido em Caetité que é praticamente esquecido na história da educação no Brasil.

      Ao estudar Anísio vemos que ele inovou a educação brasileira e a elevou a outro patamar com o movimento da Escola Nova sempre com a premissa de educação integral, pública, de qualidade e para todos dando ênfase no desenvolvimento intelectual e crítico do aluno. Ele criou também a Escola Parque em Salvador, que existe até hoje, que trabalha a socialização e preparação do indivíduo para o trabalho juntamente com a consciência cidadã. Assistimos um documentário sobre a sua vida e após fizemos uma discussão muito enriquecedora sobre educação no Brasil atual.

      Paulo Freire se faz presente em todo momento quando o assunto é pedagogia, apesar de toda sua obra se voltar ao ensino básico suas teorias também são bases na UFSB, tanto que o campus de Teixeira de Freitas tem o seu nome.

      Foi solicitado pela professora ler o livro Pedagogia da Autonomia para uma apresentação em sala. O livro é curto e de fácil leitura e compreensão, aos grupos foi designado que explicassem o pensamento freiriano presente em certo capítulo do livro, o resultado foram apresentações esclarecedoras e registros fantásticos.

      Boaventura de Sousa Santos  é um pensador português que também foi uma das inspirações da UFSB. Ele trás uma proposta interessante que se chama Ecologia dos Saberes que consiste em perceber que o indivíduo estudante não é uma tábula rasa, um depósito de conhecimento, ele chega na universidade já com um conhecimento que não é necessariamente acadêmico. A universidade tem três pilares: Ensino, Pesquisa e Extensão, a ideia de Boaventura é que essa extensão não se de somente da universidade para fora mas também o inverso, que o conhecimento dito mundano seja agregado ao ambiente acadêmico e que seja atribuído a ele o valor que merece por ser essencial. A aula em que estudamos Boaventura também gerou debates produtivos.

      Esses foram os pensadores que alicerçam a UFSB que estudamos com mais profundidade.

Universidade e Sociedade: Júri

      Após uma aula sobre a origem das universidades, falando da história de criação da instituição perpassando por todas as escolas que deram origem a universidade que temos hoje, a professora Ândrea passou para fazermos um júri das escolas defendendo ou acusando um certo modelo acadêmico. A mim e minha dupla coube acusar o modelo de escola vocacional que fincou suas bases n pensamento de René Descartes, e com a chegada de Pierre Cabanis que fragmentou o conhecimento e assim o modelo vocacional se dedicou a inserir profissionais em massa na sociedade por conta de uma falta de serviços na sociedade pós revolução francesa.
      O debate foi acirrado, mas após uma pequena contradição da defesa pudemos argumentar melhor e assim sair por cima, e posteriormente o júri anunciou que eu minha dupla saímos ganhadores. Foi uma experiência enriquecedora e muito gratificante.

Universidade e Sociedade: Como enxergo o componente

      Universidade e Sociedade é um componente que julgo como inovador, pelo fato de introduzir de forma crítica uma sensação de pertencimento à instituição universidade. O costume é ingressar em uma universidade, estudar como um condenado por quatro ou cinco anos correndo atrás de um pedaço de papel que é o diploma, em US estudamos a origem e os ideais que alicerçam a universidade em que estamos, fazendo assim que se torne interessante aprender os teóricos dos marcos acadêmicos, que seja dinâmico aprender sobre a origem das universidades desde a Grécia antiga porque isso faz parte da história da UFSB, portanto faz parte da história dos estudantes que acreditam nessa universidade.
      Ao entrar na UFSB eu acreditava que o sistema de formação da universidade era falho e etc, porém nesse componente vi que a proposta da universidade era diferente das tradicionais com mais participação dos alunos e mais debates ao invés de aulas expositivas e entendi que estava participando de algo maior, uma inovação de um sistema educacional engessado desde muito tempo.
      Creio que o componente seja como uma espécie de "auxílio permanência" para o estudante que chega à universidade porque o incentiva a conhecer e aprender sobre o lugar em que ele estuda motivando-o assim a continuar na instituição nos ciclos seguintes, portanto um componente que faz o discente se sentir parte da universidade e sentir que está ajudando no seu processo de construção e expansão é algo impressionante, um simples favor social ao indivíduo que faz toda a diferença no seu desenvolvimento acadêmico.

Experiência do Sensível

      O Componente Experiência do Sensível tem como foco submeter o sujeito a uma situação em que seus sentidos estejam aflorados de modo que compartilhemos nossa experiência com o outro e vice e versa. No decorrer do quadrimestre foram várias experiências entre elas houve a de levar um pouco de terra de um lugar importante pra você, que foi uma dinâmica sobre historicidade e pertencimento muito interessante pois ao ouvir a história do outro não tratamos ele como mais um e sim como colega, alguém que também possui vivências assim como você.
      Os acontecimentos em sala de aula sempre são muito interessantes, os momentos que o professor e até mesmo a discussão dos próprios alunos proporcionam tornam a aula uma espécie de terapia para o cotidiano massivo, faz você perceber o indivíduo que passa a semana despercebido do seu lado, faz entender a condição e a opinião do outro, fazendo assim um grande exercício da empatia.
      Os trabalhos finais, que consistiam em dividir a sala em grupos e cada grupo realizar uma dinâmica em sala de aula, foram muito divertidos e esclarecedores, perceber que o seu colega proporcionou uma experiência de auto conhecimento é simplesmente fantástico.
      Na minha opinião, a melhor experiência proporcionada pelo professor Fábio Nieto foi a da meditação, um momento de paz consigo mesmo que vale por horas do dia nos relaxa e nos faz até respirar melhor e aproveitar o que está a nossa volta fazendo da experiência do sensível um dos componentes mais enriquecedores na convivência pessoal de qualquer um que já participou dele.

Matemática e espaço: Mostra Artístico Cultural

      A Mostra Artístico - Cultural de matemática foi uma experiência incrível, desde o início do quadrimestre nos foi apresentado esse projeto como forma de avaliação que iria ser realizado no dia 25/08. Conforme o tempo foi passando foi se pensando no que apresentar nessa mostra, já que deveriam ter quatro obras baseadas nos assuntos dados em sala, ou seja, a mariposa, a lusona, a pavimentação de Escher e o fractal.

      O meu grupo foi formado por mim e por meus colegas Otávio, Beatriz e Fernanda. De cara já tínhamos um empecilho todos moramos em cidades diferentes e seria difícil nos reunirmos para realizar o trabalho, portanto para não ser desigual foi designado que cada um do grupo fizesse uma obra e conforme as aulas iam passando relatávamos ao grupo como estava o andamento da obra.

      A mim foi designado que fizesse uma mariposa, durante uma aula sobre o assunto tinha feito um desenho de mariposa que foi inspirada em uma que o professor Joel tinha levado à sala, quando percebi que a semana da mostra estava se aproximando vi aquele desenho e resolvi fazer aquela mariposa. Para a confecção utilizei cartolinas brancas (riscadas com giz de cera vermelho), pretas e vermelhas, resolvi que faria as fitas com 4 cm de largura, o que resultou em algo não muito esperado: que a mariposa teria 115 cm de altura. Apesar de toda dificuldade atribuída à confecção de mariposas consegui fazer a minha com sucesso e meus colegas também realizaram suas obras, portanto mais um trabalho apresentado e mais um CC concluído!

Matemática e espaço: A arte da Pavimentação.

      A pavimentação consiste em manejar polígonos regulares ou não de maneira que não sobre espaço algum entre seus respectivos lados e arestas. Para a introdução desse assunto os professores do componente apresentaram as obras do artista holandês Maurits Cornelis Escher que consiste inicialmente em pavimentações com polígonos inusitados, porém Escher se destaca mesmo por suas obras de ilusão de ótica fantásticas. Realizamos várias atividades de pavimentação com formas não convencionais como por exemplo o Pentágono do Cairo, que um Pentágono irregular porém pavimenta o plano. Portanto se torna satisfatório ver aquela geometria que foi estudada nos ensinos fundamental e médio ser apresentada dessa maneira inovadora.

Maurits Cornelis Escher

Matemática e espaço: Lusonas, uma cultura ancestral.

   

      A cultura africana é muito subjugada aqui no Brasil, mesmo a maioria da população sendo afrodescendente. Resgatar essa cultura é, além de um ato de cidadania, um ato de representatividade tendo em vista o número de negros e negras que não tem contato e nem noção dessas culturas que são as bases das suas raízes. É apresentado em sala de aula o povo africano Cokwe, que tem como tradição a possivelmente mais antiga atividades do ser humano: a contação de histórias, porém umas de suas tradições eram os desenhos realizados na areia para representar tais histórias. Novamente o componente de matemática assimila esses desenhos, chamados de Lusonas ou apenas "sonas", á assuntos como padrões geométricos, simetria e etc. As "sonas" se transformam em lindos desenhos entrelaçados que dão origem a histórias magníficas, muitas vezes contos e fábulas africanas. Por fim os professores aplicaram uma dinâmica onde tivemos que nós mesmos desenhar na areia, mais um assunto é dado, dessa vez devido a temática das nossas raízes houveram conversas sobre pertencimento a algum povo e também sobre ancestralidade.

Matemática e espaço: Mariposas e uma nova matemática.

      O estudo do povo Bora como princípio do componente de matemática me trouxe a expectativa de ver a tão temida matéria com outros olhos. A "mariposa" é apresentada como uma forma de estruturar cálculos e fórmulas além de ser um feito artístico muito bonito e acessível. A possibilidade de poder estudar o povo Bora, que era um povo da Amazônia peruana, é de uma riqueza de saberes e culturas imensa, pelo fato de analisar matematicamente a "mariposa" ela se faz um excelente instrumento de estudo e aprendizado podendo ser dominada com extrema facilidade até pelos menos apreciadores da matemática tradicional, como eu. Portanto a expectativa para este componente curricular é muito boa pois é ensinado que ainda é possível aprender matemática, da forma mais simples: enxergando-a em seu cotidiano.